Alice Lyra, Bia Cruz, Hipácia Caroline e Rhafa Porto, alguns dos quadrinistas de grande destaque em Roraima |FOTOS: Arquivos Pessoais |
Por muito tempo considerada apenas um “passatempo” infantil. Mas hoje, é reconhecidamente a 9ª linguagem da arte e uma das atividades mais bem reconhecidas em todo o mundo como uma expressão cultural rica e diversa. Nesse dia 30 de janeiro é celebrado o Dia do Quadrinho Nacional e nós do Portal Boa Vista queremos apresentar algumas histórias de sucesso dentro desse segmento que tem se fortalecido a cada ano em Roraima. Vamos conferir?
Rhafa Porto
Alice Lyra
"Temos uma cena que se fortaleceu muito no cenário nacional e tem encontrado seu caminho aqui na Amazônia", afirma o quadrinista |FOTO: Sesc/RR |
Um dos quadrinistas roraimenses de maior destaque, Rhafa Porto já conta com cinco obras publicadas, entre trabalhos digitais e impressos: Trust (2016); Mothe's Taste (2017); Rhafa's (2018), Lavrado Comics (2019) e Tribo da Justiça (2019-2023). Além desses, conta com três projetos em andamento: um curto, exclusivo para internet sobre a natureza e outros sobre suas experiências no Norte e com a família. A previsão de lançamento é até 2026.
Formado em Artes Visuais e Mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Roraima (UFRR), foi um dos criadores do “Coletivo Lavrado de Quadrinhos” e da “Feira de Quadrinhos de Roraima”, além de estar na organização do Aniraima, evento cultural Geek que reúne fãs da cultura pop.
“Acredito que temos uma cena que se fortaleceu muito no cenário nacional e tem encontrado seu caminho aqui na Amazônia. Ainda há muitos espaços a ocupar, mas estamos em um caminho que está se pavimentando bem”, afirma Porto, que tem sido um dos principais fomentadores da 9ª arte em Roraima.
Alguns dos trabalhos de Rhafa Porto | FOTO: Arquivo Pessoal |
O artista é um dos representantes em Roraima do Circuito Amazônico de Quadrinhos, cujo objetivo é valorizar a produção na região norte do país para o maior número pessoas possíveis e ampliar a conexão entre artistas e fãs a nível nacional. “É uma ideia que estamos amadurecendo há muito tempo, no qual, sabemos que se trabalharmos de forma árdua na marca e na imagem que ela quer transmitir e nos unirmos conseguiremos ter evidência no Brasil e no mundo. Pois a união faz a força”.
Atualmente, os trabalhos de Porto podem ser conferidos de forma digital. “Todos os meus trabalhos anteriores estão esgotados, para dar foco justamente ao trabalho de imagem dos novos trabalhos. Naquela ideia de ‘respeite o passado, mas não se prenda nele’. Use-o como régua para projetar um futuro de diversas possibilidades”.
Para saber mais sobre o artista, acesse o perfil no Instagram: @rhafaporto.
Hipácia Caroline
Mangaká de primeira, sendo inclusive a primeira de Roraima a publicar uma obra desse gênero literário japonês, Hipácia Caroline é uma figura de destaque no segmento, não apenas pelas bandas de cá. Seu trabalho é conhecido em outras capitais, como Manaus, Recife, São Paulo, entre outras. Conta com quatro obras publicadas: “Miipo”, “Rua 24”, “Curupira” e "Maritza”.
Formada em Artes Visuais pela UFRR e em Pedagogia pela UNIBF, Hipácia é uma das principais mentes à frente do movimento quadrinista de Roraima, sendo co-fundadora da Feira Roraimense de Quadrinhos. Além disso, também é uma das representantes do Circuito Amazônico de Quadrinhos em Roraima.
Miipo, obra de Hipácia Caroline, é o primeiro mangá roraimense |
“Sou muito grata pela perseverança de todos os profissionais responsáveis pelos eventos e pela criação do circuito, como artista. Isso facilita nossa visão de network e traz o acesso ao nosso trabalho e nosso aprendizado muito mais produtivo”, conta a artista, que acredita que a cena cultural do quadrinho tem se fortalecido bastante, graças a iniciativas como esta.
“Tivemos uma melhoria significativa em Roraima. Os artistas que procuram pela Feira de Quadrinhos de Roraima, que está indo para sua 3ª edição, só aumentou. Não só isso. Esses eventos voltaram a ser bem mais ativos em nível nacional devido ao seu bom recebimento. Roraima e sua feira entrou para o Circuito de Quadrinhos Amazônicos, que se tornou uma coletânea de feiras de quadrinhos ao longo dos estados nortistas”.
Atualmente, Hipácia conta com vários trabalhos simultâneos. Entre os mais próximos de serem lançados está “Tales Boy”, mangá de sua autoria , além de um projeto em parceria com o coletivo Iukytáias, de Manaus, responsável pela coletânea “Mizuras”. A obra, premiada no HqMax, traz mini-histórias que falam sobre terrores e assombrações regionais. “Estarei participando com uma história no Mizuras 2, a nível nacional”. ]
Para conferir todos os trabalhos de Hipácia, basta conferir gratuitamente na plataforma Funktoon, dedicada aos quadrinhos. Além disso, suas obras estão no app Social Comics que conta com uma assinatura mensal. Alguns mangás, como “Curupira” e “Maritza” estão disponíveis também gratuitamente em seu perfil do Instagram: @hipaciacaroline, junto com várias outras informações.
“Conto com os leitores para conhecer um dos melhores lados da arte. Estarei postando tudo sobre o evento da Feira de Quadrinhos de Manaus que estará acontecendo antes da nossa”.
"A cena de quadrinhos ainda é bem jovem aqui no estado e novos quadrinistas independentes têm surgido nos últimos anos" , afirma Alice |FOTO: Arquivo Pessoal |
Com seis anos de estrada, mas uma vida inteira dedicada à arte, Alice Lyra conta com quatro obras publicadas, sendo três online e uma versão impressa: “IancaJ” (2022); “AfterLyra” (2022); “Juntos” (2024) e ”UMA HQ” (2022), respectivamente. Começou em 2019 com Rhafa Porto, que lhe apresentou o universo dos quadrinhos, mas ela sempre gostou de desenhar, criar histórias e dar vida e cores à sua imaginação.
“IancaJ” são várias tirinhas de comédia de jovens em uma escola brasileiras com espadas e katanas. “AfterLyra” apresenta uma história de fantasia sobre uma empregada na Terra de Ninguém que apenas quer ter uma vida tranquila, mas as Estrelas mostram que não é tão fácil assim. “Juntos” é uma tirinha "one-shot", uma história curta sobre dois amigos separados. E “UMA HQ” é um "silent-manga" (sem falas), falando sobre a amizade de duas meninas em um mundo estranho, barulhento e silencioso.
Para Alice, o segmento local de quadrinhos ainda “engatinha”, mas é bastante promissor. “Isso envolve dois pontos. uma é a produção e outra é consumo. A cena de quadrinhos ainda é bem jovem aqui no estado e novos quadrinistas independentes têm surgido nos últimos anos. O consumo, em contrapartida, de quadrinhos nacionais, ainda está se desenvolvendo. A visibilidade ainda é um desafio, o consumo e divulgação ocorre por pessoas que já consumem quadrinhos e aos poucos pessoas novas estão começando com a prática”.
A artista está desenvolvendo mais uma obra, chamada "5°Andar", que envolve as aventuras de Helena com sua mãe e seu tio Vítor, após voltarem para sua cidade natal e morarem no mesmo prédio. Em sua conta no Instagram (@lyra.alice), ela posta regularmente artes desse e outros projetos de sua autoria.
Todos podem ter acesso gratuito a praticamente todos os seus trabalhos nos aplicativos brasileiros FunkToon e Fliptru, além de sua conta no Instagram. Podem também contribuir com a artista no site Apoia.se para ter acesso a conteúdo exclusivo relacionado às suas artes e quadrinhos: https://apoia.se/hqs_alicelyra.
Bia Cruz
Atuante desde os 9 anos, Bia Cruz segue em plena atividade com suas produções |FOTO: Arquivo Pessoal |
Ilustradora, social mídia e quadrinista, Beatriz Cruz tem uma carreira sólida de 13 anos de estrada. o interesse pela arte vem de casa. “Cresci em uma família de artistas e aprendi a desenhar observando meu pai, Lindomar Neves Bach, um grande artista local. Mas foi nos gibis da Turma da Mônica e nas tirinhas dos livros escolares que meu interesse pelos quadrinhos realmente começou”.
Desde então, essa vontade de contar histórias através do desenho nunca a abandonou – e continua lhe guiando até hoje. Sua jornada como quadrinista começou cedo. Aos 9 anos, publicou as primeiras histórias em quadrinhos no formato de tirinhas, com a série “Clube das Meninas”, que mais tarde se tornou “Clube da Bia”, no suplemento infantil do jornal Folha de Boa Vista. Depois lançou “Greenland – Entre Dois Mundos”, graphic novel independente que, até o momento, conta com cinco volumes publicados. A previsão é concluir a saga em um total de dez volumes.
Bia e algumas de suas obras publicadas | FOTO: Arquivo Pessoal |
Bia acredita no fortalecimento do cenário quadrinista de Roraima, sendo ela uma das principais difusoras da 9ª arte local. “Vejo um crescimento constante. Hoje, mais artistas estão surgindo, suas obras estão sendo premiadas e há uma maior divulgação nas redes sociais. No entanto, a valorização do quadrinho nacional ainda enfrenta desafios, principalmente no incentivo à leitura e na distribuição de obras independentes. Mas, aos poucos, estamos conquistando mais espaço”.
Ela também está entusiasmada com o Circuito Amazônico de Quadrinhos. “É uma iniciativa muito importante para conectar os principais eventos da região Norte, ajudando a divulgar os artistas e suas obras de forma mais estruturada. Além de fortalecer o cenário regional, também proporciona mais visibilidade ao quadrinho nacional, aproximando os leitores e fomentando o mercado”.
Para conferir o trabalho da artista, as obras estão disponíveis sob encomenda e as compras podem ser feitas entrando em contato pelo WhatsApp, acessando o link no Instagram @biacruz.2b. Além disso, as primeiras tirinhas de Clube das Meninas estão disponíveis para leitura gratuita no aplicativo Funktoon.
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FIQUE LIGADO: A 4ª Feira Roraimense de Quadrinhos está marcada para o mês de abril. Algumas atrações já foram confirmadas e em breve serão anuciadas pela organização. Para saber mais, basta conferir o perfil no Instagram: @feiraroraimensedequadrinhos.
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