JM JAZZ| Companhia de dança promove arte e inclusão social há mais de dez anos

A companhia tem promovido grandes espetáculos - dentro e fora de Roraima. Mas também, tem influenciado positivamente na formação do caráter de dezenas de jovens |FOTO: Divulgação/JM Jazz
 

Um jovem artista e visionário, certo dia, deu início a um grande projeto cultural em que, ao mesmo tempo que contribuísse com a formação social e artística de diversos jovens da capital, também formasse profissionais de sucesso no ramo, sobretudo na área da dança.

Foi com essa premissa que Joandson Marques criou a JM Jazz Centro de Arte, que já tem em seu currículo dezenas de grandes espetáculos apresentados dentro e fora de Roraima. Professor, bailarino, produtor cultural e coreógrafo, ele teve suas passagens de sucesso por outras companhias de dança.

Sua paixão pela dança começou quando, aos 12 anos, assistiu a uma apresentação de ballet da sua irmã no Teatro Amazonas. “Eu nunca tinha ido ao teatro. E quando entrei naquele lugar, fiquei extasiado com tanta beleza e mais ainda com o espetáculo. Foi paixão à primeira vista. Um mundo se abriu para mim naquele momento. Então, ao sair de lá, pedi para a minha mãe me matricular no ballet”.

A partir daí, Joandson iniciou uma carreira sólida como bailarino, passando por quatro companhias, sendo uma delas o Balé Folclórico do Amazonas, umas das companhias mais relevantes do cenário amazonense.

Mas sentiu que precisava fazer mais. Algo que transcendesse até suas próprias limitações. Assim, em junho de 2012, fundou a JM Jazz, inicialmente como um grupo de dança, ocasião em que Joandson começou a pensar grande, tendo por inspirações medalhões como a Broadway, Bolshoi e até o Circo de Soleil.

O primeiro espetáculo produzido foi “Grand Savana”, em 2012. A peça foi um grande sucesso na capital e isso foi o suficiente para que Joandson e sua equipe seguissem por aquele caminho. No mesmo ano, foi apresentado “A Flor da Pele”.

E em dezembro de 2014, foi a vez do incrível “Clássicos da Broadway”, sucesso de público e crítica. E foi justamente esse último espetáculo que deu o “start” que Joandson precisava para iniciar o projeto mais ousado de sua carreira.  

Joandson Marques, criador da JM Jazz: "A JM é um lugar que foi pensado para acolher as pessoas, seja ela quem for"


“Ao final da apresentação, as pessoas me abordaram perguntando se tinha aula para todas as faixas etárias, pois muita gente queria começar a dançar comigo, mas eu não tinha um espaço físico para acolher essas pessoas. Foi então que tomei a decisão de estruturar a JM Jazz, onde pudéssemos oferecer aulas para toda comunidade, num espaço 100% adaptado para o ensino da dança com qualidade e bem-estar”.

Assim, em 09 de fevereiro de 2015, foi criada a JM Jazz Studio de Dança. A ideia com o espaço foi seguir não apenas as características em recreação e lazer, mas como também no auxílio do desenvolvimento social, motor, intelectual e lúdico.  E dessa forma, a proposta foi a de contribuir com o ensino da arte enquanto reflexão, domínio e fomentação dela ao público em geral.

Mas, como todo empreendimento que se inicia, não foi nada fácil, principalmente, de ordem financeira, pois montar toda a estrutura física de uma escola de dança é extremamente caro. Isso porque ter um espaço amplo, ventilado, com uma boa acústica, padrões de estética e acabamento envolve altos custos com o material de montagem dos estúdios.

“Investimos muito com piso flutuante, linóleos, espelhos, barras, climatização, entre outros. Tudo isso, tive que pagar do meu próprio bolso. Fora o ambiente da concorrência que todo empreendedor enfrenta até conseguir se estabilizar quanto a trabalho e serviços oferecidos”.

Após seis anos, a JM Jazz Studio de Dança evoluiu, assim como todos os seus integrantes. Daí surge a necessidade de uma renovação da identidade visual, que não envolvia apenas uma mudança de logo ou do nome da empresa, mas também de assumir uma posição de autoridade no ramo. Hoje, o entendimento é sólido e comprovado: ali havia especialistas em dança.

Com propriedade no assunto, maturidade e experiência, a JM Jazz se refez, principalmente, para estar alinhado com o que é oferecido em suas propostas de parceria: resultados de crescimento. A primeira mudança não poderia começar por outro lugar que fosse o nome. Assim, em 29 de abril de 2021 foi inaugurada a JM Jazz Centro de Arte.

Hoje, a escola congrega cerca de 160 pessoas, entre professores, alunos, equipe técnica de apoio e administrativo. Para Joandson, cada espetáculo apresentado sela uma trajetória de muito esforço, dedicação e muito paixão, não apenas dele, mas de todos os envolvidos neste projeto.

Família JM Jazz: cerca de 160 pessoas, entre professores, alunos, equipe técnica de apoio e administrativo


“Eu só sou grato por tudo o que aconteceu e muito orgulhoso da trajetória que a JM Jazz construiu.  A JM é um lugar que foi pensado para acolher as pessoas, seja ela quem for. Nós temos um compromisso com o bem-estar de todos e valorizamos a troca de experiências, seja em vivências artísticas ou na vida como um todo”.

A companhia, no Teatro Amazonas (Manaus), apresentando o espetáculo "O Rei do Show" |FOTO: Lucas Santos



Vivendo por um ideal

Duda Azevedo e Joandson, no espetáculo "O Rei Leão": ela começou aluna e hoje reforça o time de profissionais da JM Jazz



A história da JM Jazz se confunde com a de muitos de seus integrantes, que encontraram na companhia um marco de vida, um salto – por assim dizer – na vida. É o caso de Duda Azevedo, que começou como estudante de dança e hoje é compõe o time de professores do Centro de Arte.

“Sempre fui uma criança muito ligada a arte, de forma geral. Participava de atividades como capoeira, teatro, escola de música, ginástica Rítmica, entre outros. Dentro dos meus treinos de ginástica rítmica tínhamos aulas de ballet e foi a partir daí que tive meu primeiro contato com a dança”, conta.

Mas a paixão dela pela dança foi despertada de fato em 2013, através de um Workshop de Jazz Dance ministrado pelo próprio Joandson Marques. “Naquele dia, eu percebi que queria dançar pelo resto da minha vida. Depois de conhecer o jazz através do workshop, corri para a minha mãe e pedi para ela me matricular nas aulas”, destacou a artista, que na época tinha apenas 13 anos.

Por pouco, o talento de Duda não foi interrompido. Antes de iniciar profissionalmente na dança, ela teve uma lesão no tornozelo, enquanto atleta de Ginástica Rítmica, o que ocasionou alguns desconfortos durante seu processo inicial na dança. Mas, com boas orientações, tanto médicas, quanto da própria escola de dança, conseguiu superar qualquer dor.

Duda, no espetáculo "O Rei Leão", um dos mais emblemáticos de sua carreira


Desde que ingressou na JM Jazz, Duda já participou dos mais de dez espetáculos promovidos pela companhia. Entre os mais emblemáticos, na sua opinião, estão “O Rei Leão”, que foi apresentado até em Manaus, no Teatro Amazonas. “Outro espetáculo que me marcou muito foi ‘Soul Aretha’. Esse foi uma obra exclusiva com a Cia, em que me senti muito conectada com toda a equipe e fizemos um excelente trabalho”.

Para Duda, a companhia é mais que um grupo de dança ou uma organização que se propõe a promover grandes espetáculos. É uma família, onde todos estão em plena sintonia e que partilham de um grande ideal: a difusão da arte.

“A JM Jazz me lembra que a arte sempre nos abraça, pois foi lá que descobri o que é ser artista e a importância de tocar a vida das pessoas através da arte, onde sonhos se tornam realidade principalmente quando sonhamos juntos”.

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